CONTINUAÇÃO
__ Cento e quarenta saques pelas pedras.
E o grito de Hassam ecoou de certa maneira que foi ouvido assim como os demais pelo velho mercador que naquele momento orava, e intimamente concordou com a oferta, por ter julgado já suficientemente compensadora para suas mercadorias.Mas como se encontrava orando e o muçulmano não faz nenhum gesto na hora de orar, a não ser estender as mãos e louvar Alah, ficou calado, tendo apenas se comprometido com sua consciência que a oferta seria aceita.
Enquanto isso, as ofertas prosseguiam, atingindo o valor superior ao que havia sido ofertado por Hassam.
Tendo o mercador terminado suas orações, concordou com o maior lance, recebendo o dinheiro entregou a mercadoria e chamou a sua presença o ofertante dos cento e quarenta saques.
Hassam porém receoso do que estava acontecendo, e não tendo nos bolsos nenhum saque conservou-se calado, querendo se desviar do ambiente, evitando assim uma decepção.
Mas," La llar ila Alah", quando Hassan estava se despistando para sair, o mesmo que lhe havia incentivado para botar preço, insistia ainda para que fosse a presença do mercador, pois de nada devia recear uma vez que as pedras já tinham sido arrematada por outro.
Hassam novamente encorajado, foi a presença do mercador e disse:
__Pronto, fui eu quem botou cento e vinte saques pelas pedras.
Respondendo, disse o mercador:
__Quando fizeste a oferta, eu intimamente concordei, mas como estava orando, não pude confirmar publicamente, mas intimamente o fiz diante de Alah, portanto o excedente de sua oferta lhe pertence, seja feliz.
E assim terminou o leilão de pedras de Bagdad, Hassam alegre com o que tinha ganho, dividiu com o companheiro e seguiram, ambos satisfeitos para casa, mas nem por isso deixaram de assistir os leilões, e como as oportunidades são raras, nunca mais tiveram de ganhar tão fácil.
sexta-feira, 8 de março de 2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
Malaia, Contos e Crônicas
O mercador de pedras
Na velha e tumultuada Bagdad, em uma das suas feiras livres, onde os camelos se misturavam com os mercadores e transeuntes que ali se concentravam influenciados pela fama financeira que representavam aquelas reuniões, na sua quase totalidade composta por mercadores de varias partes do oriente, ali se movimentavam comercialmente. Desde as ricas pedras, as mais belas mulheres, eram expostas as rematações livres. Assim é que, por toda parte se ouvia o grito dos mercadores apresentando ao público suas mercadorias e escravas.
__ Man bi adfa aquitar?... (quem paga mais)
As multidões se concentravam em torno desses homens, numa fúria louca, com o intuito de adquirir mercadorias que lhes oferecessem vantagens, e as mulheres mais belas para seus haréns. E assim prosseguia por muitos anos a vida em Bagdad, a cidade dos minaretes, das mais belas mulheres e dos emires famosos.
Foi numa dessas feiras que um mercador descarregando o seu camelo, estendeu no chão por sobre um tapete, alguma pedras preciosas que naquela época eram muito usadas para ornamentar residências de emires e homens de grandes finanças. Anunciou em seguida o leilão das suas mercadorias.
__ Um lote de pedras, quem bota o primeiro preço?...
__ Respondeu um interessado__ sessenta saques!
__ Outro mais gritou __ sessenta saques!
E assim se ouvia constante o gritar das multidões aumentando a quantia até cento e vinte saques, e prosseguia assim o leilão, até aproximar-se a hora muçulmana de oração. Forrou o chão com um tapete descalçou-se e virando-se para a cidade de Meca, prostrou-se a orar, ouvindo também as ofertas.
Um velho chamado Hassan, que nada tinha nos bolsos e que estava ali, apenas olhando o desenrolar dos acontecimentos, foi advertido por um seu companheiro que lhe falou:
__Moço, que tens tu que não falas? Faça a sua oferta!
__Infelizmente não posso, estou sem nenhum saque no bolso.
__ Não tem importância, retrucou o companheiro, faça a oferta que ela não pegará, pois as pedras são muito cobiçadas e irão dar muito dinheiro.
Animado pela insistência do companheiro, gritou Hassan
__ Cento e quarenta saques pelas pedras.
Continua...
Um velho chamado Hassan, que nada tinha nos bolsos e que estava ali, apenas olhando o desenrolar dos acontecimentos, foi advertido por um seu companheiro que lhe falou:
__Moço, que tens tu que não falas? Faça a sua oferta!
__Infelizmente não posso, estou sem nenhum saque no bolso.
__ Não tem importância, retrucou o companheiro, faça a oferta que ela não pegará, pois as pedras são muito cobiçadas e irão dar muito dinheiro.
Animado pela insistência do companheiro, gritou Hassan
__ Cento e quarenta saques pelas pedras.
Continua...
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