quinta-feira, 7 de março de 2013

Malaia, Contos e Crônicas

                                          O mercador de pedras


Na velha e tumultuada Bagdad, em uma das suas feiras livres, onde os camelos se misturavam com os mercadores e transeuntes que ali se concentravam influenciados pela fama financeira que representavam aquelas reuniões, na sua quase totalidade composta por mercadores de varias partes do oriente, ali se movimentavam comercialmente. Desde as ricas pedras, as mais belas mulheres, eram expostas as rematações livres. Assim é que, por toda parte se ouvia o grito dos mercadores apresentando ao público suas mercadorias e escravas.

__ Man bi adfa aquitar?... (quem paga mais)

As multidões se concentravam em torno desses homens, numa fúria louca, com o intuito de adquirir mercadorias que lhes oferecessem vantagens, e as mulheres mais belas para seus haréns. E assim prosseguia por muitos anos a vida em Bagdad, a cidade dos minaretes, das mais belas mulheres e dos emires famosos.
                                                 Foi  numa dessas feiras que um mercador descarregando o seu camelo, estendeu no chão por sobre um tapete, alguma pedras preciosas que naquela época eram muito usadas para ornamentar residências de emires e homens de grandes finanças. Anunciou em seguida o leilão das suas mercadorias.

__ Um lote de pedras, quem bota o primeiro preço?... 
__ Respondeu um interessado__ sessenta saques!
__ Outro mais gritou __ sessenta saques!

E assim se ouvia constante o gritar das multidões aumentando a quantia até cento e vinte saques, e prosseguia assim o leilão, até aproximar-se a hora muçulmana de oração. Forrou o chão com um tapete descalçou-se e virando-se para a cidade de Meca, prostrou-se a orar, ouvindo também as ofertas.
Um velho chamado Hassan, que nada tinha nos bolsos e que estava ali, apenas olhando o desenrolar dos acontecimentos, foi advertido por um seu companheiro que lhe falou:

__Moço, que tens tu que não falas? Faça a sua oferta!
__Infelizmente não posso, estou sem nenhum saque no bolso.
__ Não tem importância, retrucou o companheiro, faça a oferta que ela não pegará, pois as pedras são muito cobiçadas e irão dar muito dinheiro.
Animado pela insistência do companheiro, gritou Hassan

__ Cento e quarenta saques pelas pedras.

Continua...

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